31/10/2019
Por Danilo Evaristo em Notas

Estudantes da Ufersa desenvolvem Relógio Solar

A necessidade de medir o tempo incentivou a invenção de formas e configurações que servissem para que as pessoas pudessem se orientar temporalmente. Isso era importante para que elas soubessem, por exemplo, quais eram as épocas de plantio e colheitas. Uma dessas primeiras formas de mediação foi o relógio de sol, inventado há muitos anos. Mas nos dias de hoje, como forma de exercício de aprendizagem, estudantes dos cursos Interdisciplinar de Ciência e Tecnologia e, Engenharia Agrícola e Ambiental da Universidade Federal Rural do Semi-Árido desenvolveram relógios solares a fim de aplicar na prática os conhecimentos adquiridos na disciplina Ambiente, Energia e Sociedade.

No decorrer da disciplina, a professora Diana Lunardi lançou o desafio aos estudantes para que criassem um projeto dentro da temática do que estava sendo discutido. A turma optou pela produção de relógios solares. Para a professora relógios solares permitem uma reflexão sobre ambiente, energia e sociedade, já que integram a utilização da luz e movimento do sol ao longo do dia como elemento de estimativa do tempo em áreas abertas, estimulando os visitantes a uma reflexão sobre o tempo e sobre o ambiente ao seu redor.

Inicialmente, os estudantes identificaram um local adequado para instalação do relógio solar, ou seja, local de sol pleno, sem sombreamento, entre 6h e 17h. Em seguida, realizaram os cálculos necessários para identificação do ângulo de inclinação do relógio, baseado na latitude de Mossoró (05º 11′ 15″ S) e no modelo escolhido (vertical ou horizontal), lembrando de posicioná-lo voltado para o sul. O próximo passo foi identificar a orientação geográfica, já que a sombra do gnônon (ponteiro) do relógio se moverá de leste (nascente) a oeste (poente), e por fim, integraram o relógio solar construído com o ambiente do entorno.

Um dos grupos que desenvolveram um relógio solar, formado pelos estudantes do 1º período de Ciência e Tecnologia, Samuel Azevedo, Carlos Eduardo, Isaque França, Victor César, Vinícius Nogueira e Vinícios dos Santos. O primeiro passo que eles deram foi fazer um estudo sobre como os relógios solares surgiram, quais modelos existem, e os estudantes tiveram que fazer os cálculos da estrutura do relógio. A partir daí, idealizaram como seria o modelo em uma cartolina. Partindo do princípio de transformar o relógio em algo maior, foi-se pensando nas bases e estruturas, e nos aparatos necessários para sustentá-la. Eles fizeram uma maquete com cartolina, de como gostariam que o relógio do grupo ficasse, calcularam a altura, o comprimento, e a partir daí começaram a pensar no local ao qual o relógio ficaria disposto. Depois disso, começaram a pensar no material que seria utilizado a partir da ideia de construírem o relógio de concreto.

Os estudantes destacaram a importância de aplicar na prática os aprendizados de sala de aula. “A gente percebeu que a vida matemática aplicada à vida real é totalmente diferente. Uma coisa simples, que é idealizada em maquete, quando começamos a utilizar materiais de verdade, com cálculos para espessuras, de peso.”, afirmou o estudante Carlos Eduardo. Os alunos enfrentaram desafios para a execução, e ainda locomoção do projeto, a partir do momento em que decidiram que iriam colocar o relógio no pátio da biblioteca. Durante o processo, houve falhas, um erro na base dificultaria a situação final do relógio, mas ao contrário da cartolina, no concreto não é só cortar, como conta Carlos Eduardo: “Um erro de alguns centímetros naquele cálculo desviou totalmente a estrutura. Então tivemos que utilizar instrumentos siderúrgicos pra conseguir cortar”.

Os estudantes revelaram que nunca imaginaria que daria tanto trabalho fazer um relógio. “Nós pensamos: vamos fazer de concreto, criamos um molde, fazemos as peças e depois só encaixamos e pronto, mas logo percebemos que não era bem assim”, poderá Samuel Azevedo. Eles perceberam de havia formas mais simples de fazer um relógio solar como o proposto pela disciplina, mas os estudantes queriam ir além da nota e resolveram pensar também na parte estética do projeto. “A gente decidiu que queria fazer um relógio bonito, resistente, e que chamasse atenção. Nós fizemos um primeiro modelo bem simples, mas olhamos pra ele e pensamos em repaginar, usar as cores da Ufersa”, relembra Isaque França.

Segundo Victor César, diante dos conhecimentos adquiridos na disciplina e a aplicação no desenvolvimento do relógio, o projeto ajudou os alunos a repensar sua relação com o ambiente e o tempo, além de ter proporcionado o contato com noções básicas de construção civil.


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