“São três mil quilos de ração por mês”, diz Angêla Gomes, de 62 anos, que é formada em técnica de enfermagem e está desempregada.
Ela conta que começou a juntar animais há 22 anos e já chegou a ser despejada de várias casas alugadas pelo proprietários dos imóveis por conta da quantidade de bichos aglomerados. Também teve que terminar o casamento, porque o ex-companheiro não conseguiu se adaptar com os bichos que ela levava da rua.
Quem passa na frente da casa onde ela mora hoje com um neto, há quase 6 anos, na localidade de Areia Branca, escuta logo os latidos, mas sequer pode imaginar a quantidade de animais no local.
A maioria dos cães que tem em casa é de raça indefinida, ou vira-latas. Os poucos de raça (12, ao todo) até somem em meio aos demais – é possível ver um rottweiler, alguns pinschers e outros poucos poodles. Os gatos, todos de raça indefinida, vivem em um espaço separado para evitar brigas.
Para alimentar os bichos, Ângela diz ser necessário 100 quilos de ração por dia e conta que tem dificuldades para comprar tanta comida para eles todo mês.
“Eu vivo de doações. Ganho dinheiro pedindo a um e a outro pessoalmente e na internet. Onde eu passo eu devo ração. Devo ali, devo acolá. Eu também fiz um grupo no WhatsApp e as pessoas me ajudam com a ração, mas não dá para o mês todo”, conta.
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